O FIM DO BOIADEIRO
Eraeu mais meu irmão e também dez companheiros
Vinhavindo de Goiás na lida de boiadeiro
Saímosde madrugada viajamos o dia inteiro
Comquinhentos araçás, seiscentos bois pantaneiros.
Ànoite tava chegando paramos pra descansar
entãoreuni o gado para não atrapalhar
aboiada foi andando pastando pra lá e pra cá
veioum pensamento forte mais eu não quis alarmar.
Nacabeça do arreio carregava meu berrante
Quandoa boiada estourava, repicava todo estante
Meuirmão ia ao lado com seu cavalo importante
Enfrentandoa poeira com destino a Bandeirante.
Chegando nacapital a boiada estourou
Repiquei o meuberrante mais nada adiantou
Meuirmão saltou na frente, mas o boi não respeitou
Porcima dele passaram que até o cavalo matou.
Enterreio meu irmão lá na beira da estrada
Fizum pedido por ele por Deus foi abençoado
Deixeiuma vela acesa, uma cruz foi levantada
Abandoneiesta lida nunca mais toquei boiada.
Quandovejo um boiadeiro que passa lá no estradão
Eusinto uma dor no peito, que aperta o coração
Euolho firme pro céu já me vem à emoção
Melembro desta tragédia que se deu com meu irmão.